domingo, 6 de junho de 2010

Individual

Até onde posso confiar? Hoje, é tão comum ouvir problemas e situações advindos de confiança em um terceiro. Por tratar uma pessoa somente como ser humano, não há um entendimento nem um aproveitamento dessa situação. Daí deturpa-se o bom convivio e a educação em abuso e egoísmo. BUM! Problema... e agora? Quem não passou por situação assim? A famosa "Por que eu fui confiar..." e daí mais empedernidos nos tornamos. Inclusive em relacionamentos amorosos. E nos tornamos mais individualistas ainda nesse "tal mundo globalizado". Existe um limiar entre individualidade e egoísmo muito tênue. É necessário observar os anseios, os desejos e principalmente as obrigações para não cair da corda bamba.

Por essas e por outras que vejo o contato e improvisação de forma tão transformadora. Existe um contato, que não estamos (me incluo e acho que isso ocorre dentre os profissionais que trabalham o corpo e comunicação mais diretamente) acostumados a um contato tão próximo, a um contato de TATO. É muito próximo, muito íntimo e é muito saudável. De certa forma perdemos muito dessa proximidade. Perdemos nosso contato com o outro, com tudo que se diz PESO e TOQUE. Percebem o quanto pagamos e fazemos para nos ver livre de PESO e para RESOLVERMOS AGILMENTE? Viva o fácil e rápido, viva o EU PAGO PARA NÃO FAZER, QUE COISA PESADA, QUE DEMORA, alguém me ajude! ... balela.

No contato e improvisação, como deveria ser em qualquer aspecto da nossa vida, precisamos desse peso, não devemos negá-lo, em muitos momentos somos a única ajuda para suportá-lo. Se quisermos dividir essa sensação de contactar, de partilhar, precisamos dividir. Nos abrirmos, confiarmos. Confiar não significa me jogar às cegas. É estar atento a si mesmo, observar, perceber o companheiro que ali dança com você. Existe um extase muito grande no desfrute dessa troca. Por se ver suspenso, por perceber a fluidez por observar o relaxamento que aquilo promove. Vc se sente vivo! No momento que a confiança e a sintonia for extrema, nos jogamos até às cegas por que a relação, ali estará estabelecida.